Plantas tóxicas e animais domésticos: uma combinação perigosa


Conheça as principais plantas venenosas e saiba o que fazer caso o seu pet faça a ingestão de alguma delas.
O Brasil é conhecido por abrigar uma diversificada flora, ainda bastante desconhecida e que pode propiciar intoxicações vindas de plantas venenosas (muitas vezes diagnosticadas ou confundidas com doenças infecciosas). 
O problema ameaça cães e gatos, que podem ingeri-las, seja por disfunções digestivas, deficiências alimentares, distúrbios comportamentais ou simplesmente por puro tédio.
Caso o seu cão ou gato coma alguma delas, entre os diversos sintomas podemos identificar: agitação, sonolência, salivação intensa, vômitos, náuseas, dor abdominal, hemorragias, tremores, falta de apetite, dificuldades respiratórias, alteração do ritmo cardíaco e até óbito.
Tudo irá depender da espécie da planta e da relação de proporção entre o peso do animal, tempo e quantidade ingerida. A suspeita de intoxicação é confirmada, muitas vezes, pela presença de restos de folhas no ambiente junto ao vômito ou fezes. Geralmente, os filhotes de cães são mais suscetíveis a comerem em razão da curiosidade e hábitos da idade.
Segundo a pesquisadora Mitsue Haraguchi, do Instituto Biológico de São Paulo, o consumo de plantas tóxicas se deve principalmente a três fatores: palatabilidade (sabor), fome e sede, o que leva os animais a perderem a capacidade de seleção do que comem.
Selecionamos uma lista das principais plantas venenosas e populares encontradas em jardins, quintais, parques e praças. É importante lembrar que o adubo ou inseticidas também são perigosos para os bichos. Como prevenção, recomenda-se que o dono imprima essa lista e guarde-a, caso o animal de estimação ingira alguma delas.
  • Comigo-ninguém-pode: a ingestão de qualquer parte dessa planta pode causar irritação na boca, edema nos lábios, língua e palato, queimação, salivação, esofagite, dificuldade de se alimentar, cólicas abdominais, náuseas e vômito.
  • Flor das Almas: náusea, vômitos, cólica abdominal, aumento do fígado e baço, hepatite aguda ou crônica. A exposição aos princípios ativos pode provocar uma cirrose hepática.
  • Espirradeira: dor e queimação na boca, salivação, náuseas, vômitos intensos, cólicas abdominais, diarreia e alterações cardíacas.
  • Mamona: náuseas, vômito, cólicas abdominais e diarreia. Em casos mais graves, podem ocorrer convulsões, coma e óbito.
  • Coroa de cristo: a seiva leitosa causa irritações na pele e na mucosa, inchaço nos lábios, boca e língua, ardor e coceira. O contato com os olhos provoca irritações e inchaço nas pálpebras. A ingestão pode causar náuseas, vômito e diarreia.
  • Copo-de-leite: inchaço nos lábios, boca e língua, náuseas, vômito, diarréia, salivação intensa, dificuldade de deglutição e asfixia. O contato com os olhos pode provocar irritação.
  • Bico-de-papagaio ou “Flor do Natal”: a seiva leitosa causa irritações na pele e na mucosas, inchaço dos lábios, boca e língua, ardor e coceira. O contato com os olhos provoca irritação, lacrimejamento, inchaço das pálpebras e alteração temporária da visão. A ingestão pode causar náuseas, vômitos e diarreia.
  • Pinhão-roxo: náuseas, vômito, cólicas abdominais, dificuldade respiratória, arritmia e parada cardíaca.
  • Saia branca: boca e pele secas, taquicardia, dilatação das pupilas, agitação, alucinação e óbito.
  • Olho-de-Cabra: náuseas, vômitos intensos, cólicas abdominais e diarréia. Os distúrbios gastrointestinais podem levar a desidratações sérias seguidas por convulsões, choque e óbito.

Plantas que causam dermatite de contato

Sangue-de-boi, Coroa-de-Cristo, Bico-de-papagaio, Dedo-do-Diabo, Unha-de-gato, Cambará.

Plantas que podem causar morte súbita

Erva-de-rato, Vernônia, Cipó-prata, Ximbuva.

Outras plantas tóxicas

Aloe Vera (Babosa), Cheflera, Jarro dos campos, Meimendro, Mezereão, Morrião, Oleandro, Orelha-de-elefante, Tremoço, Tulipa, Trombeteira, Alamanda (Roxa), Samambaia, Azaleia, Chapéu de Napoleão.
Em caso de suspeita de intoxicação, preste atenção se há plantas arrancadas ou destruídas e se houve dedetização do ambiente ou aplicação de agrotóxicos no jardim. Se você suspeitar que seu pet tenha comido algo, contate um profissional imediatamente e não tente resolver o problema sozinho.
Dependendo da planta ingerida, os sintomas podem ser agravados caso o proprietário induza o vômito no animal. Isso porque algumas plantas são irritantes e cáusticas para a mucosa oral e para o esôfago. Por isso, lave com abundância a boca do pet. Não dê leite, azeite ou qualquer outro alimento. Não permita que eles comam plantas ou grama durante passeios, pois é comum que elas estejam contaminadas com veneno de rato ou formiga.

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