Bolas de pelos em felinos: o que fazer?



Prevenção depende principalmente das atitudes do próprio dono, como escovação diária, tosa e rações específicas com grande quantidade de fibras

Os felinos possuem em sua língua papilas filiformes que funcionam como uma “lixa ou escova”, que retiram os pelos mortos soltos na superfície da pele quando o gato se lambe. Estes pelos, na maioria das vezes, são engolidos pelo gato e, em seu estômago, acabam se misturando com restos de alimentos e secreções gástricas, formando assim as “bolas de pelos” que tecnicamente são chamadas de tricobezoares pelos especialistas da área.


“Bolas de pelos” que tecnicamente são chamadas de tricobezoares pelos especialistas da área. - Flickr 
“Bolas de pelos” que tecnicamente são chamadas de tricobezoares pelos especialistas da área.

Crédito: Flickr

Os tricobezoares podem ser uma das causas de regurgitação ou vômito em gatos. Eles normalmente se originam dos hábitos normais de limpeza, mas podem provir também de distúrbios comportamentais ou neurológicos (lambedura excessiva) e distúrbios gastrointestinais primários (como problemas de motilidade e doenças infiltrativas). Os gatos também podem desenvolver o problema devido à lambedura de outros animais com pelos longos, que moram na mesma casa. O felino normal pode regurgitar ou ter um episódio de vômito esporadicamente, sem apresentar, entretanto, qualquer outro sintoma clínico associado.

Outro fator que pode colaborar para a formação das bolas de pelos é o fornecimento de uma ração dietética inadequada, que pode promover o aumento da formação dos tricobezoares, visto que diminuem sua eliminação pelo trato digestório do gato. Já as raças de pelos longos podem consumir grande quantidade de pelos durante o período de troca.


Os principais sinais clínicos de animais com a formação das bolas de pelos podem variar entre falta de apetite – e isso deve ser levado em prioridade – uma vez que algumas doenças de felinos podem piorar com a falta da ingestão alimentar –, perda de peso progressiva, depressão (o gato dorme além do normal, não levanta e não brinca ), formação de gases intestinais e redução da quantidade de fezes. Além disso, como mecanismo de defesa do organismo do animal, ocorrem episódios frequentes de vômitos, visando a eliminação do “corpo estranho” que está alojado no trato gastrointestinal do felino, e desta maneira aumenta a chance da formação de úlceras.


Caso apresente diarréia, falta de apetite, perda de peso e outros problemas concomitantes ao episódio de regurgitação ou de vômito, o gato deve ser levado a um médico veterinário para uma avaliação diagnóstica completa, para investigação de doenças subjacentes. A maioria dos gatos elimina as bolas de pelos sem grandes problemas, embora raramente elas possam causar obstrução intestinal, obrigando o animal a passar por procedimentos de lavagem intestinal ou até mesmo por intervenção cirúrgica.


A prevenção das bolas de pelos depende principalmente das atitudes do próprio dono. Escovação diária e frequente em animais de pelo longo, tosa a cada 3 ou 4 meses e fornecimento de rações específicas para gatos, de alta qualidade e com grande quantidade de fibras – as rações próprias para felinos já têm em sua formulação ativos que minimizam o problema. Além disso, existem no mercado pet pomadas a base de malte, que têm por intuito promover a eliminação das bolas de pelo, aumentando os movimentos gástricos esofágicos, facilitando a eliminação pelas fezes e propiciando a não aderência ao longo do estômago.

O animal que desde filhote tenha o costume de utilizar este tipo de suplemento, provavelmente apresentará bem menos incidência de bolas de pelos. Também é interessante evitar situações de estresse (já que os felinos são sensíveis às alterações ambientas) evitando assim que ocorra lambedura excessiva psicogênica e alterações intestinais.


Sempre procure conhecer um pouco mais sobre o comportamento e os hábitos de seu pet, para que algumas atitudes consideradas normais não se transformem em problema mais tarde. Em caso de dúvidas, procure o serviço de um profissional (médico veterinário) para esclarecimentos e orientações sobre formas de prevenção e tratamento do problema.

Fonte: PetMag

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