Estamos torcendo intensamente para que isso aconteça. César comandaria a revolução necessária, que daria fim ao sofrimento e à exploração dos grandes símios, e, por extensão, de todos os animais. Ver cair as grades dos zoológicos, abrir-se as jaulas dos centros de tortura e reprodução dos grandes símios e a destruição dos laboratórios de pesquisa médica, que usam estes seres indefesos para obter drogas que enriquecem grandes corporações. Este e o ideal de todos aqueles que lutam pelos direitos dos grandes primatas e pela libertação animal.
O filme, do diretor inglês Ruppert Wyatt, é de um extraordinário realismo, já que mostra tudo que estamos denunciando anos a fio e desnuda a face brutal, tenebrosa, criminosa dos caçadores de primatas na África, que os levam para zoológicos, laboratórios e centros de reprodução no próprio Estados Unidos, com a cumplicidade de autoridades e a inércia da sociedade.
Naquele mesmo país, outros cidadãos com outra mente conseguiram realizar esta obra em forma de filme, que é um retrato atual, real e cru do que o Homo sapiens é capaz de fazer com seres que ele chega a dominar.
César é um chimpanzé que evoluiu rapidamente e conseguiu alcançar o grande divisor de água entre os chimpanzés e os humanos: conseguir falar, o que lhe permitiu aprender e conduzir seus companheiros a sacudir-se das cadeias e tomar conta, durante um breve tempo, da ponte de San Francisco, famosa no mundo. César poderá existir algum dia. Hoje é uma utopia. Mas tantas utopias já se converteram em realidade que é possível que isto aconteça. Afinal é a única característica que separa os chimpanzés de nós. Sería a barreira que faltava para superar e juntar realmente nossas espécies.
O final do filme é emblemático. James Franco, o pai adotivo de César, que o criou desde pequeno em sua casa, se encontra com ele, já refugiado na floresta, próximo a San Francisco, rodeado de dezenas de símios, que incluem orangotangos e gorilas, e lhe pede para voltar para a casa com ele. César se aproxima de seu pai e lhe sussurra ao ouvido: “já estou em minha casa …”. Isso reflete a verdade de todas as espécies, uma verdade que teve seu conceito mudado para nossa conveniência: o mundo é de todos e eles têm tanto direito como nós a viver onde e como desejam. Esperamos que o César futuro verdadeiro, nos substitua algum dia nesta luta que travamos por eles. Este César será o genuíno Presidente do Projeto GAP.
Dr. Pedro A Ynterian é presidente do Projeto GAP e colunista da ANDA.
Fonte: ANDA
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